quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Over the hills and far away.

Sempre tive problemas de adaptação, nunca achei que pertenço à um lugar e por isso estou sempre em constante mudança, passei a infância em Ubatuba, um tempo em Taubaté e agora cá estou em São Paulo. Não foram muitos lugares, não é nem um milésimo do que quero fazer, mas enfim, nada me fez amadurecer tanto como sair debaixo da asa de alguém.

Primeiro foram meus pais, depois avós e depois tias. Com estas posso dizer que provei a liberdade zero. É claro que sempre vou ser grata por terem me dado cama, roupa lavada e comida, mas sabe, sempre quis poder chegar em casa e, se quiser, fechar a porta do meu quarto, ler meu livro sem ninguém querendo saber sobre o que é, sobre o que fala e querendo que eu conte ENQUANTO estou lendo, querendo conversar enquanto não quero, não respeitando meu silêncio. Queria meu espaço, minha bagunça....foram esses os principais motivos pelos quais sai de casa e me aventurei a morar com um garoto que conheci na noite por culpa de um cara que estava pegando.

É tão estranho, sabe, crescer, ter que limpar sua casa, correr atrás das coisas que sua mãe sempre fez pra você, fazer coisas que se não fizer, ninguém fara.

Acho que a comodidade é o único motivos para pessoas continuarem embaixo da asa dos criadores; é tão fácil falar "eu moro com meus pais porque não tenho dinheiro". Mentira, pura mentira!! Eu sei que você ainda está aí porque tem medo, é medo, medo de não segurar a barra, de cuidar do teu próprio rabo, de ser independente, medo de não poder ir encher a cara no Sábado pois tem que pagar a conta de luz. Não vou dizer que não tinha esses medos, de que não os tenho, seria outra mentira deslavada. Morro de medo de não segurar a barra, de ter que parar de fazer o que gosto. Não vou dizer que nunca me arrependi de ter feito isso, pois já me arrependi várias vezes, mas sabe, nada se compara ao quanto estou crescendo, ao tanto que estou me conhecendo e tendo que lidar comigo mesma, a ter que lidar com confiltos internos e resolvê-los. Já olho pra muita gente e percebo o quanto avancei em relação à eles e a quantidade que me entedia só de ler tweets está tão grande (nossa, que comparação mais nerd moderna).

Na verdade não sei qual foi o real motivo para o avanço, se é a idade ou o fato, só sei que gosto de levar quem eu quiser pra casa, é tão legal chegar no seu quarto e ver que a sua zona ainda está lá, sentar no seu sofá para ver filmes, saber que seus livros estão em segurança, poder sair e se voltar depois de uma semana não receberei xingamentos, pois se receber, um cala a boca seguido de uma porta trancada não gerará problema algum...

Indico isso à você, ao menos tente, se arrisque, se arrependa por ter feito, por ter errado, e não por ter ficado aí. Você nunca vai acertar sem ter errado muito. (Acho que esse final poderia ser encontrado em várias prateleiras de auto-ajuda...bom, foda-se!)

Nenhum comentário:

Postar um comentário